10 nov Intolerância à lactose X Alergia à Proteína de Leite (APLV)
Se você fica confusa com a quantidade de opções de leites vegetais e leites sem lactose que temos hoje no mercado e não entende a diferença da intolerância à lactose e a alergia ao leite de vaca, principalmente se você tem algum desconforto quando ingere algum lácteo, então vamos entender um pouco sobre as duas.
Intolerância à lactose
A lactose é o açúcar do leite e sua intolerância é muito comum em várias pessoas.
Essa intolerância é causada pela ausência ou baixa produção da enzima lactase, responsável pela digestão da lactose. Com a ausência ou baixa produção desta enzima, as bactérias fermentam a lactose não absorvida, provocando desconfortos abdominais, gases, distensão abdominal, diarreias e produção de substâncias tóxicas ao organismo.
Estes desconfortos podem ser mais leves ou mais intensos de acordo com cada pessoa e seu grau de intolerância. Como a produção de lactase pode ir diminuindo conforme a idade, não se assuste se quando era mais novo você consumia leite e derivados e não apresentava nenhum desconforto e conforme foi crescendo os desconfortos começaram a aparecer.
Se você sente algum tipo de desconforto gástrico ao ingerir lácteos, ficando com a barriga bem estufada e cheia de gases, está na hora de investigar!
A melhor forma de medir a intolerância é fazer o exame de sangue. No entanto, provavelmente haverá intolerância se você cortar o leite de vaca e os derivados da sua alimentação por alguns dias e ao recolocá-los os desconfortos voltarem.
Agora, você deve estar se perguntando: e como tratar? Consuma leite e derivados sem lactose (pois esses são acrescidos da lactase) ou converse com o médico ou nutricionista dele e veja a possibilidade da administração da enzima via oral antes do consumo de qualquer alimento fonte de leite de vaca.
Vale lembrar que os leites de cabra e ovelha apresentam a lactose da mesma forma que o leite de vaca. Por isso, nada de substituir o leite de vaca por esses se você for diagnosticado com a intolerância à lactose!
Alergia à proteína do leite (APLV)
Nesta segunda situação, a causadora do problema é a proteína do leite e não seu açúcar. O organismo identifica a proteína (mais comumente a caseína presente coalho, mas também pode ser a alfa-lactoalbumina e beta-lactoglobulina presentes no soro) como um agente agressor, fazendo com que o sistema imunológico (de defesa) comece a trabalhar contra ela, produzindo anticorpos IgE específicos e/ou células inflamatórias, que acarretarão em reações alérgicas.
O resultado disto vai além de desconfortos intestinais, podendo gerar queixas variadas, como: alterações de concentração e memória, dificuldade de ganhar peso, déficit de crescimento em crianças, ansiedade, alterações gástricas (dificuldade de engolir, falta de apetite, recusa alimentar, sangue nas fezes, vômitos e dores intensas no abdômen), cutâneas (urticária, vermelhidão, dermatite atópica, coceira e inchaço de pálpebras) e respiratórias (rinite, corisa, chiado, tosse, sinusite e bronquite), além do sobrepeso infantil, uma vez que esse processo gera um quadro hiperinflamatório no organismo (obesidade e inflamação andam juntas!).
Para fazer o seu diagnóstico são necessários exames laboratoriais, exames de IgE específicos, história clínica e dieta isenta de proteína de leite de vaca.
O seu tratamento é feito retirando as fontes de leite de vaca da alimentação (lembrando que não vale incluir leite e derivados zero lactose, pois a caseína e as demais proteínas não deixam de estar presente nesses lácteos).
Hoje em dia temos muitas opções para substituir o leite de vaca. Para crianças existem fórmulas específicas com proteína hidrolisada do leite e para adultos os leites vegetais (de arroz, de coco, de aveia, de amêndoas, de castanhas) são alguns exemplos de substituição.
Os leites vegetais são facilmente encontrados em mercados ou lojas de produtos naturais, mas também podem ser feitos em casa. O único ponto que precisa ser equilibrado neste caso é a proteína, pois em geral a quantidade proteica é bem menor nos leites vegetais. Por esse motivo, será preciso adicionar outras fontes de proteína na alimentação.
E a pergunta que não quer calar: e o CÁLCIO?
Esse pode ser um assunto para um próximo post, mas pode ficar tranquila, pois o leite e seus derivados não sãos as únicas fontes de cálcio da nossa alimentação. Folhas verdes escuras, gergelim, feijão, quinoa, atum e amêndoas são apenas algumas das fontes de cálcio de excelente absorção que podem estar presente na sua alimentação para garantir boas doses desse mineral.
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